
Não se deve perder o interesse pela política porque, primeiramente, é ela que acaba por regular muito da vida de qualquer um. Exemplos? Foi a política quem regulamentou como deve ser nosso vestuário (ficar nu é atentado ao pudor), como devemos estudar (numa escola de ensino fundamental, com ensino presencial etc), como devemos nos casar (de maneira monogâmica), como devemos falar (a língua oficial do Brasil é o português) e por aí vai. Ser “apolítico” é não participar de nenhuma dessas discussões e permitir que alguém regulamente a sua vida. Não sei quanto ao leitor, mas não aceito passivamente o fato de alguém regulamentar essas coisas e eu não estar consciente disso.
Daí podemos esboçar o início de uma outra discussão: até que ponto é válido que alguém me “represente”? Até que ponto é válida essa forma de “democracia”, nascida de uma consciência burguesa de “liberdade”, amplamente apoiada por uma mídia tendenciosa que vende seus veículos a uma elite disposta a massificar suas idéias e sedimentar seu poder?
Enfim, o que se passa é que adentramos mais um ano de eleição e muito será dito. Cores partidárias e “apartidárias” serão tomadas, mas a discussão sobre o que permeia nosso sistema eleitoral será, como sempre, escamoteada. Continuaremos a ver a solução de nosso sistema eleitoral dentro desse ou daquele político, que, cedo ou tarde, nos decepcionará, pois o nosso problema reside em outros aspectos, como nosso sistema político e nossa mídia. Até quando ficaremos a mercê de messias e não traçamos uma melhoria política verdadeira?
4 comentários:
Quando eu falo que a Democracia de hoje muito pouco se parece com a dos Gregos eu falo sério. É necessário sim uma reforma política há muito; mas é necessária também uma reforma de opinião, digamos. As pessoas precisam entender que escolher os seus políticos não é apenas "cumprir com suas obrigações cívicas". Mais do que isso: é delegar a mãos - quase sempre - estranhas o futuro de uma sociedade que beira a bagunça total.
A ver.
Postei sobre isso já faz algum tempo.
Dá preguiça. Falta tempo. Nada vai mudar. Pra quê?
Depois eu estudo. Depois eu acompanho. Depois eu me arrependo. Hoje não.
Para mim, o problema é difícil de ser sanado, mas não impossível. Eu me pergunto: para que precisamos de tanta gente nos "representando"? Para que tantos vereadores, senadores, deputados federais e estaduais, etc? É muita gente mandando... Creio que, com menos "representantes", tudo se resolveria muito mais fácil e rapidamente. E o melhor: de forma mais justa também...
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