
Mas daí, me pergunto: o que acontece no Brasil? Um século depois da erradicação total da doença ela retorna? Em pontos isolados, é verdade, mas voltou já abatendo, até agora, sete pessoas. O Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, diz para a nação não se alarmar, que não é o caso de corrermos aos postos de saúde para realizarmos uma vacinação em massa, e tudo mais. Engraçado ele dizer isso bem na semana em que viajou para Cuba com o Presidente, tendo sido ele já vacinado. O povo, na base do desespero, já está dormindo nas filas dos postos de saúde para não correr o risco, mesmo que o Ministro diga o contrário.
A empresa que fabrica a tal da vacina no Brasil é a Fundação Carlos Chagas, a mesma que exporta essas vacinas para os outros países americanos e africanos. Um porta-voz dessa empresa já se pronunciou, dizendo que a Fundação Carlos Chagas tem um compromisso com o Brasil e que pararam de exportar, por enquanto, até que o povo brasileiro já tenha sido imunizado. Mas como o povo será imunizado se o Ministro diz que não é necessário? Se o Ministro da Saúde diz que não haverá campanha de vacinação nenhuma, porque não é necessário, como o povo vai se precaver?
Agora, outra coisa interessante que fiquei sabendo esses dias: se houver uma campanha de vacinação, os bancos de sangue ficarão às moscas! Quase ninguém sabe, mas quem é vacinado contra a febre amarela não pode doar sangue! E agora, seu Ministro? Descobre um santo para cobrir outro? Penso que uma idéia interessante seria realizar um mutirão de vacinação e de doação de sangue. O sujeito vai para ser vacinado, mas antes disso, doa um litrinho de sangue num posto de coleta que estará montado ao lado do posto de vacinação. Com essa medida, os postos de sangue estariam bem abastecidos, lembrando que somos mais de 180 milhões de brasileiros...
O problema é que, mesmo com minhas medidas mirabolantes, outros problemas se criariam: onde estocar tanto sangue para que não se perca? Como produzir tanta vacina a toque de caixa, sem tecnologia para tal? É meu caro, parece que estamos num mato sem cachorro mesmo...
4 comentários:
É o velho problema do nosso país, meu caro: ao deparar com um problema grave (resolvido e mal monitorado, para evitar sua volta) procura-se soluções urgentes para o caso. Nessa procura, começa-se a encontrar os vários pequenos problemas que "ninguém sabia".
País mal estruturado dá nisso: qualquer coisa que exija um pouco mais de perícia, tende a se tornar um problema.
entra ano e sai ano e o brasil investe em propagandas e nada do moskito ser erradicado. o dever do estado eh investir em educação como um todo, e nao em campanhas marketeiras. somente assim teremos uma "guerra" permanente contra o famoso moskito.
Abraço!
é realmente interessante...
=oD
Naum li, mas acredito q a febre da febre amarela jahjah passa... e vem outra doença da vez!
bjos!
Claudinha
Cachorro que morde, não ladra. Concordo com o Ministro, não há motivo para alarde. A tal doença "silvestre" não faz jus ao banzé todo feito pela mídia. Esse "fiquei sabendo" seu é o mesmo dos trocentos brasileiros que tem lotado os postos de saúde, indevidamente.
Tem que pesquisar os governos anteriores, ver as incidências nos anos anteriores, pesquisar a forma de transmissão da doença, entender a probabilidade disso, onde acontece, etc.
Blá.
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