Sempre há gente dizendo que não se interessa por política, afirmando-se como “apolítica”. Geralmente, esse tipo de pessoa já tem preconceito (muitas vezes justificado) para com os políticos, afirmando que estes não prestam e, entra eleição, sai eleição, tudo continua na mesma e nada muda. Mas não é pelo fato da política andar ruim que o sujeito deve desinteressar-se.
Não se deve perder o interesse pela política porque, primeiramente, é ela que acaba por regular muito da vida de qualquer um. Exemplos? Foi a política quem regulamentou como deve ser nosso vestuário (ficar nu é atentado ao pudor), como devemos estudar (numa escola de ensino fundamental, com ensino presencial etc), como devemos nos casar (de maneira monogâmica), como devemos falar (a língua oficial do Brasil é o português) e por aí vai. Ser “apolítico” é não participar de nenhuma dessas discussões e permitir que alguém regulamente a sua vida. Não sei quanto ao leitor, mas não aceito passivamente o fato de alguém regulamentar essas coisas e eu não estar consciente disso.
Daí podemos esboçar o início de uma outra discussão: até que ponto é válido que alguém me “represente”? Até que ponto é válida essa forma de “democracia”, nascida de uma consciência burguesa de “liberdade”, amplamente apoiada por uma mídia tendenciosa que vende seus veículos a uma elite disposta a massificar suas idéias e sedimentar seu poder?
Enfim, o que se passa é que adentramos mais um ano de eleição e muito será dito. Cores partidárias e “apartidárias” serão tomadas, mas a discussão sobre o que permeia nosso sistema eleitoral será, como sempre, escamoteada. Continuaremos a ver a solução de nosso sistema eleitoral dentro desse ou daquele político, que, cedo ou tarde, nos decepcionará, pois o nosso problema reside em outros aspectos, como nosso sistema político e nossa mídia. Até quando ficaremos a mercê de messias e não traçamos uma melhoria política verdadeira?
Não se deve perder o interesse pela política porque, primeiramente, é ela que acaba por regular muito da vida de qualquer um. Exemplos? Foi a política quem regulamentou como deve ser nosso vestuário (ficar nu é atentado ao pudor), como devemos estudar (numa escola de ensino fundamental, com ensino presencial etc), como devemos nos casar (de maneira monogâmica), como devemos falar (a língua oficial do Brasil é o português) e por aí vai. Ser “apolítico” é não participar de nenhuma dessas discussões e permitir que alguém regulamente a sua vida. Não sei quanto ao leitor, mas não aceito passivamente o fato de alguém regulamentar essas coisas e eu não estar consciente disso.
Daí podemos esboçar o início de uma outra discussão: até que ponto é válido que alguém me “represente”? Até que ponto é válida essa forma de “democracia”, nascida de uma consciência burguesa de “liberdade”, amplamente apoiada por uma mídia tendenciosa que vende seus veículos a uma elite disposta a massificar suas idéias e sedimentar seu poder?
Enfim, o que se passa é que adentramos mais um ano de eleição e muito será dito. Cores partidárias e “apartidárias” serão tomadas, mas a discussão sobre o que permeia nosso sistema eleitoral será, como sempre, escamoteada. Continuaremos a ver a solução de nosso sistema eleitoral dentro desse ou daquele político, que, cedo ou tarde, nos decepcionará, pois o nosso problema reside em outros aspectos, como nosso sistema político e nossa mídia. Até quando ficaremos a mercê de messias e não traçamos uma melhoria política verdadeira?